domingo, 4 de julho de 2010

A ausência presente



A ausência tem sido um constante cair de ficha.
O tempo passou mas é difícil me acostumar com a idéia.
Hoje, mais uma vez, me peguei preocupada com o celular.
Por um breve instante pensei " Se meu pai ligar?" Logo em seguida, cai a ficha...
Lágrimas. Saudades. Vontade de voltar no tempo.
Momentos difíceis. Às vezes quase desesperadores.
Respiro fundo...
...
Oro. Medito. Peço força.
Procuro algum conforto.
Preciso desabafar.
Meu filho que com ele tanto se parece me traz a constante lembrança.
E cada sorriso, cada palavra, cada brincadeira suaviza um pouco essa ausência ainda tão presente.
Meu pai está tão presente na minha vida: nas minhas escolhas, nas minhas avaliações, no meu cotidiano, no trabalho, no jornal, nos livros, nas coisas que deixou e ainda possuem o seu cheiro... e até no meu filho (seu esquimozinho). No orgulho que sempre terei de tê-lo como pai e no amor de filha que continuarei sentindo.

A copa


Essa copa deveria ser a mais feliz da minha vida.
Mas não é.
É a primeira que passo com meu pequeno.
Mas é a primeira que passo sem meu pai.
Tantos comentários: Dunga, Felipe Mello... Cadê o Ganso?..Maradona caiu de 4. Rs...
Mas sinto falta do meu principal comentarista.
Daquele que ensinava tão bem todas as regras do jogo e tinha tanto prazer em contar histórias sobre futebol, copas, futebol arte, partidas históricas. Sempre narrando de forma tão bem articulada. Como só ele poderia saber contar.
Essa copa foi cheia de brincadeiras, de sorrisos, de papinhas, mamadeiras, gols....
Mas cheia de ausência também.
Momentos incríveis.
Momentos difíceis.

O primeiro dente a gente nunca esquece


Quanta aflição...
Quanta dor...
Nada resolve. E você ali, querendo passar por aquilo tudo no lugar dele.
Faz parte. Ser mãe é sentir isso a cada dor; a cada tristeza; a cada angustia do filho.
Mas, como no primeiro dentinho, o que melhor podemos fazer é oferecer o nosso apoio.
Te amo meu filho. Vai passar, já já. Mamãe está aqui.
E o tempo se encarrega do resto.