segunda-feira, 5 de abril de 2010

Réquiem para vovô


A ausência ainda está muito presente.

A falta é inexplicável.

A dor.

Querer falar, ver, ouvir e saber que isso não mais acontecerá.

É a tarefa mais árdua para qualquer ser humano.

Não tem sido fácil.

Não está sendo fácil.

Não será fácil.

Sinto por mim.

Sinto por ele, que se despediu em um momento de renovação e esperanças;

Descobrindo como é gostoso o amor por um neto.

Sinto por meu filho que não terá a presença do seu avô, com quem tanto se parece

E de quem já se afeiçoava, com o sorriso fácil nas brincadeiras de besourinho.

Sinto por todos nós.

Choro todos os dias.

Choro a cada lembrança.

E se não posso chorar, chora o meu coração.

Mas minha família está aqui

Para me confortar e também dar alegrias

Cada abraço; cada conquista; cada sorriso

Confortam o meu coração

E me mostram que preciso superar

Por ele; por eles.

O amor de mãe ou pai para filho é incondicional;

Tornando-nos fortes para enfrentar os desafios da vida;

Meu pai deixou essa última lição;

Deixou-nos após dar a última e maior prova de amor;

Mostrou que, apesar de seus problemas e fragilidades, por um filho, teria força e coragem para fazer o que quer que fosse.

Como o fez a sua mãe.

Por isso a minha homenagem.

Meu filho não terá seu vovô Cacá fisicamente por perto,

Mas, sem dúvida, saberá muito a seu respeito

Que era um lutador; que desejava um mundo melhor e mais justo

Que não aceitava conviver com a passividade generalizada que freia o bom combate

Que era ético, culto, inteligente e não tolerava a ignorância, a vulgaridade a preguiça e os desmandos de toda ordem de poder.

Será criado com os mesmos valores.

Meu empenho será sempre em passar tudo o que aprendi.

Como forma de homenageá-lo e sentir a sua presença.

Sabendo que, de alguma forma, ele ainda estará perto.

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