segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O primeiro parabéns


Dia cheio; atribulado;
Muitas coisas a resolver;
Um mundo tão vasto e interessante;
Mas hoje nada importa;
O pensamento incansável voltado para meu pequenino.
Apenas isso importa;
Meu pequenino completa 1 ano.
Saio cedo, deixando-o dormir;
Com aquela imensa vontade de estar por perto quando ele acordar;
a quase irresistível vontade de vê-lo;
E aquela pitada de culpa;
Meu pequeno completa 1 ano e só vou conseguir estar com ele um pouco antes da hora do seu soninho;
É assim mesmo, comigo e incontáveis outras mães;
Conto as horas; os minutos para chegar em casa e abraçá-lo; para vê-lo abrir os presentes;
Imaginando a sua alegria, o seu encantamento.
É incrível como com tão pouca idade eles já sabem que é o dia deles.
O olhar; a expressão não deixam dúvidas.
Hoje ele sabe que é o centro das atenções.
A hora do parabéns: quanta emoção!!!
Inesquecível.
Um misto de curiosidade, alegria e emoção.
Curtimos essa gostosa sensação com eles.
Há 1 ano que vivencio a mais profunda e emocionante transformação.
Praticamente não lembro como era antes.
Do fundo do meu coração desejo tudo de melhor a essa doce criatura que transormou a minha vida.
Te amo, meu filho.

sábado, 14 de agosto de 2010

Lentes maternas

O primeiro aninho se aproxima e as primeiras festinhas são inesquecíveis...
Quantas novidades; quanto encantamento.
Quantas surpresas.
E aquele sorriso mais gostoso de todos.
Tenho a impressão de nunca ter visto sorriso e olhos mais encantadores.
O sorriso do meu pequeno é assim: lindo, espontâneo, carismático e contagiante. Sem falar nas mais do que simpáticas covinhas.
O olhar desse pequenino é assim: encantador, irresistível, autêntico e charmoso. O mais belo olhar que já vi.
Será enxerga o seu filho com essas lentes maternas?
Claro que sim.
As lentes são inerentes à maternidade.
Mas que ele tem um sorriso especial e um olhar arrasador... isso ele tem.
Rs.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Etapas

Decorridos 9 meses de constantes alterações... o filho nasce e a mãe nem imagina quantas e tantas mudanças o seu mundo vai passar.
No início parece que o mundo se resume àquele universo de mamadas; banhos e fraldas.
Esquecemos que existe vida além da nossa casa. (Rs).
Após é chegada a hora de retornar ao convívio social e ao trabalho.
Vem aquela saudade louca e aquela culpa que nem as mulheres mais bem resolvidas ou sucedidas escapam.
Cada saída com o filho é um evento, com todos os aparatos necessários durante o tempo que ele vai ficar fora de casa.
Em seguida, as primeiras mamadeiras; as primeiras papinhas sólidas. Tudo é motivo de alegria e apreensão. Ainda bem que meu pequeno se saiu muito bem nesses quesitos.
As primeiras palavras; as primeiras gargalhadas; os primeiros passinhos.
Constantes descobertas.
E os primeiros dentinhos?
Quanto sofrimento para o neném... ô fase difícil... bem que me avisaram.
E os primeiros dias na creche...
As crianças se saem bem... mas os pais precisam passar por uma senhora adaptação.
As horas passam... você precisa resolver mil coisas no trabalho mas o pensamento está sempre lá.
Como será que ele está? O que estará pensando?
Dilemas da mãe moderna.
Mas todas essas etapas são muito gostosas.
Nosso pequeno segue encantando a todos dia-a-dia... Transformando por completo as nossas vidas e dando sentido a todos os desafios.

DIA DOS PAIS

Dia sofrido; dolorido; incompleto: O primeiro sem ele.
Dia feliz; novo; belo: O primeiro dele.
Meu marido estreou nessa arte de ser pai e inaugura o seu primeiro dia oficial.
De presente, ganhou uma bela caneca com a foto do nosso pequeno usando uniforme e o símbolo do Mengão.
Quanta emoção. Dizem que o primeiro a gente nunca esquece.
O meu também foi o primeiro.
O primeiro depois de 27 anos com ele.
Faltou aquele presente que era tão difícil de achar; aquele beijo na careca; o cartãozinho e os parabéns, naquele almoço!!!
Momentos que só valorizamos quando já não podemos mais vivenciá-los.
Mas a vida é mesmo caprichosa.
De alguma forma meu pai foi presenteado.
Aquele órgão para o qual ele tanto se dedicou e tanto se empenhou na tentativa de passar o seu exemplo, no constante inconformismo de que nem todos eram dotados de seu caráter e sua seriedade, o homenageou.
Tenho certeza que ele se emocionou. Nos emocionamos.
O conforto ao coração veio de onde menos se esperava: do trabalho, que era tão importante pra ele.
Assim, na semana dos pais, meu pai recebeu uma bonita e mais do que merecida homenagem.
Importante para mim e para meus irmãos; importante para o meu avô; importante para os netos. Para a família que tanto sente falta desse pai.
E o dia dos pais foi assim...
Um dia repleto dele: lembranças, recordações.
Um dia repleto desses homens, que são tão importantes.



domingo, 4 de julho de 2010

A ausência presente



A ausência tem sido um constante cair de ficha.
O tempo passou mas é difícil me acostumar com a idéia.
Hoje, mais uma vez, me peguei preocupada com o celular.
Por um breve instante pensei " Se meu pai ligar?" Logo em seguida, cai a ficha...
Lágrimas. Saudades. Vontade de voltar no tempo.
Momentos difíceis. Às vezes quase desesperadores.
Respiro fundo...
...
Oro. Medito. Peço força.
Procuro algum conforto.
Preciso desabafar.
Meu filho que com ele tanto se parece me traz a constante lembrança.
E cada sorriso, cada palavra, cada brincadeira suaviza um pouco essa ausência ainda tão presente.
Meu pai está tão presente na minha vida: nas minhas escolhas, nas minhas avaliações, no meu cotidiano, no trabalho, no jornal, nos livros, nas coisas que deixou e ainda possuem o seu cheiro... e até no meu filho (seu esquimozinho). No orgulho que sempre terei de tê-lo como pai e no amor de filha que continuarei sentindo.

A copa


Essa copa deveria ser a mais feliz da minha vida.
Mas não é.
É a primeira que passo com meu pequeno.
Mas é a primeira que passo sem meu pai.
Tantos comentários: Dunga, Felipe Mello... Cadê o Ganso?..Maradona caiu de 4. Rs...
Mas sinto falta do meu principal comentarista.
Daquele que ensinava tão bem todas as regras do jogo e tinha tanto prazer em contar histórias sobre futebol, copas, futebol arte, partidas históricas. Sempre narrando de forma tão bem articulada. Como só ele poderia saber contar.
Essa copa foi cheia de brincadeiras, de sorrisos, de papinhas, mamadeiras, gols....
Mas cheia de ausência também.
Momentos incríveis.
Momentos difíceis.

O primeiro dente a gente nunca esquece


Quanta aflição...
Quanta dor...
Nada resolve. E você ali, querendo passar por aquilo tudo no lugar dele.
Faz parte. Ser mãe é sentir isso a cada dor; a cada tristeza; a cada angustia do filho.
Mas, como no primeiro dentinho, o que melhor podemos fazer é oferecer o nosso apoio.
Te amo meu filho. Vai passar, já já. Mamãe está aqui.
E o tempo se encarrega do resto.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Botãozinho


Mamãe é uma roseira que o papai colheu.
Eu sou um botãozinho que a roseira deu.
Esquindo lelê...
Tão gostoso ver o sorriso do meu filho ao ouvir música;
ao dançar com a mamãe;
Voltamos à infância.
Curtimos por um breve momento,
"o lado bom" da vida, como diria Zuenir Ventura,
com a doce ilusão de que o mundo assim se resume.
Não tem preço.
Momentos como esse fazem tudo valer a pena.
Esquindo lelê lalá...

Réquiem para vovô


A ausência ainda está muito presente.

A falta é inexplicável.

A dor.

Querer falar, ver, ouvir e saber que isso não mais acontecerá.

É a tarefa mais árdua para qualquer ser humano.

Não tem sido fácil.

Não está sendo fácil.

Não será fácil.

Sinto por mim.

Sinto por ele, que se despediu em um momento de renovação e esperanças;

Descobrindo como é gostoso o amor por um neto.

Sinto por meu filho que não terá a presença do seu avô, com quem tanto se parece

E de quem já se afeiçoava, com o sorriso fácil nas brincadeiras de besourinho.

Sinto por todos nós.

Choro todos os dias.

Choro a cada lembrança.

E se não posso chorar, chora o meu coração.

Mas minha família está aqui

Para me confortar e também dar alegrias

Cada abraço; cada conquista; cada sorriso

Confortam o meu coração

E me mostram que preciso superar

Por ele; por eles.

O amor de mãe ou pai para filho é incondicional;

Tornando-nos fortes para enfrentar os desafios da vida;

Meu pai deixou essa última lição;

Deixou-nos após dar a última e maior prova de amor;

Mostrou que, apesar de seus problemas e fragilidades, por um filho, teria força e coragem para fazer o que quer que fosse.

Como o fez a sua mãe.

Por isso a minha homenagem.

Meu filho não terá seu vovô Cacá fisicamente por perto,

Mas, sem dúvida, saberá muito a seu respeito

Que era um lutador; que desejava um mundo melhor e mais justo

Que não aceitava conviver com a passividade generalizada que freia o bom combate

Que era ético, culto, inteligente e não tolerava a ignorância, a vulgaridade a preguiça e os desmandos de toda ordem de poder.

Será criado com os mesmos valores.

Meu empenho será sempre em passar tudo o que aprendi.

Como forma de homenageá-lo e sentir a sua presença.

Sabendo que, de alguma forma, ele ainda estará perto.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

A vida


Dia 12 de fevereiro de 2009

Ultrassonografia: batidas rápidas

Pela primeira vez via e ouvia meu filho

Finalmente realizava que havia acontecido um milagre:

Uma vida dentro de mim

Dia 12 de fevereiro de 2010

Toca o celular

- Há uma chamada do seu pai.

- Apenas uma? Não deve ser nada urgente... ligou de casa.

Minutos depois... faço a ligação:

- Oi fui eu que liguei. Tava preocupada. Seu pai não acordou até agora, mas falei com o seu irmão que já está chegando.

Meu coração bate acelerado... e sem pensar liguei pro meu irmão.

- Está chegando? Ué, mas pq eu estou te ligando? - Desliguei imediatamente e retornei para o número anterior.

- Por que não abriu a porta do quarto? Abra agora que ficarei na linha.

- Pode abrir?

- Sim, abra logo.

Gritos.... (de um lado da linha)

Gritos.... (do outro lado da linha)

Meu filho que naquele momento estava na minha frente, se assustou com a minha reação.

Felizmente tinha quem me ajudasse.

Vá que eu fico com ele... Não se preocupe com isso.

A noite foi longa e os dias que se seguiram... os mais difíceis da minha vida.

Exatamente um ano após ver meu filho pela primeira vez, descobri que meu pai não estava mais aqui.

Na véspera havia falado com ele por telefone, até começar o jornal:

- Amanhã nos falamos... começou o jornal.

Não acordou...

Bonita forma de se despedir. Da forma que sempre desejou.

E eu que não conseguia entender por que a vida me presenteou com um filho de forma tão inesperada...

Para dar essa última alegria ao meu pai: "seu esquimozinho".

Durante os últimos meses presenciei uma transformação, ainda que gradual.

Mais paciência, mais coragem, perseverança, esperança...

A vida estava mais colorida para nós.

Meu pai se despediu deixando boas lembranças.

De uma forma muito bonita... como sempre foi sua vida.

Repleta de bonitas histórias.

Mas não tem sido facil elaborar esse luto.

O meu pequenino tem me dado muita força, junto com a família, é claro.

O quadro que está em branco recebe pinceladas de gostosas risadas, mordidas nos pés e cheirinho de neném.

A dor fica mais suave, mas ainda está lá.

Sei que terei que me esforçar e muito para passar tudo que aprendi com ele.

Seu maior legado.

Seus valores, sua ética, sua correção, sua coragem para combater o que está errado.

Não será facil.

Mas quem sabe um dia, ele sinta de mim o mesmo orgulho que eu ainda sinto.